26 de maio - Dia Nacional de Combate ao Glaucoma


 
Tratamentos ficam mais abrangentes e efetivos

Tratamentos clínicos e à base de laser estão mais sofisticados e permitem melhor qualidade de vida aos portadores de glaucoma. Na próxima semana, a Sociedade Brasileira de Glaucoma reúne-se em simpósio em Belo Horizonte (MG) para discutir e apresentar alternativas ao tratamento da doença que promete atingir 80 milhões de pessoas no mundo até 2020.
Na próxima quinta-feira (26), Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, inicia o XIV Simpósio da Sociedade Brasileira de Glaucoma em Belo Horizonte (MG). O encontro reunirá especialistas brasileiros e estrangeiros para discutir, até o dia 28 de maio, novos tratamentos e o avanço dessa disfunção ocular, que pode levar à cegueira irreversível, no Brasil.

Segundo a especialista do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), Hanna Flávia Gomes, "o glaucoma é uma doença que não tem cura, mas os tratamentos aperfeiçoam-se em um ritmo que já possibilita vida normal aos seus portadores".

O glaucoma, ou neuropatia óptica glaucomatosa, é resultado do dano no nervo óptico determinado principalmente pela pressão intraocular inadequada. Os diversos tipos de glaucoma representam a segunda maior causa de cegueira no mundo, sendo a maior nos casos de perda irreversível de visão. Estimativas recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam o crescimento mundial de portadores de glaucoma de 60 milhões para 80 milhões de pessoas até 2020. No Brasil, cerca de 2% da população é portadora e, em muitos casos, desconhecem e não tratam.
 
Novas soluções - A especialista do HOB, que participará do Simpósio em Minas Gerais, adianta que a expectativa do encontro gira em torno do lançamento de duas novas soluções para o tratamento de glaucoma, os colírios sem conservantes e um novo implante valvular. 

 "O colírio antiglaucomatoso sem conservantes representa um avanço no tratamento clínico de portadores que apresentavam alergia a esses componentes. Quem antes precisava recorrer à cirurgia em razão da alergia, agora, pode continuar o tratamento à base de colírios, com ganhos em qualidade de vida", comemora a médica. Já o implante de drenagem valvular vai permitir cirurgias ainda mais seguras especialmente para glaucomatosos portadores de diabetes, completa.

Hanna Flávia Gomes explica que a maior parte dos portadores de glaucoma necessita de tratamentos simplificados, "a evolução da indústria farmacêutica nessa área, permite a muitos pacientes o controle da pressão intraocular apenas com a utilização de colírios, sem procedimentos invasivos".
 
Tipos - O glaucoma de ângulo aberto, o mais comum, ocorre quando a capacidade de produção de humor aquoso (líquido presente no interior do olho) é superior à habilidade de absorção. "Esse fenômeno aumenta o volume de líquido presente no olho e, por consequência, eleva a pressão intraocular.
 
Esse tipo de glaucoma só apresenta sinais percebidos pelo portador depois de uma perda irreversível de 40 a 50% da estrutura do nervo óptico, pois começa a sentir a diminuição do campo de visão", explica a Hanna Flávia. Já o glaucoma de ângulo fechado, ou agudo, ocorre quando a produção de humor aquoso no interior do olho é normal, mas o globo ocular não consegue absorver adequadamente o líquido. "A dor nos olhos é intensa, ocorre embaçamento visual, há visualização de halos coloridos em volta das luzes, vermelhidão ocular, dor de cabeça, náuseas e vômito", ilustra a médica do HOB.
Tratamento - "O glaucoma não tem cura, tem controle", alerta Hanna Flávia. Esperar pelos sintomas da lesão visual é alto risco. Os tratamentos seguem uma linha de indicações. "Começamos pelo tratamento clínico, a base de colírios e medicamentos. Se o paciente não se adaptar ao método ou se não houver progresso, parte-se para as aplicações a base de laser. Se esse último também não surtir o efeito esperado, então as cirurgias são consideradas", esclarece.
Cuidados - A médica do HOB lembra que quanto mais cedo o paciente iniciar o tratamento, menores serão os danos relacionados à perda de visão e mais fácil o controle da doença. Hanna Flávia assinala que "o empenho dos pacientes é fundamental para o sucesso do tratamento". O portador de glaucoma consegue manter a qualidade de sua visão por maior tempo quando tem o acompanhamento de um oftalmologista e faz uso regular dos colírios conforme orientação médica, aconselha.
Fonte: ATF Comunicação Empresarial